[FP]Bürckle, Angelinne

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{Seu Corpo}

Angelinne pode ser considerada baixinha com seus quase 1,60m de altura, o corpo de proporções pequenas e delicadas.
 Os cabelos caem em leves ondas até a metade de suas costas em um castanho avermelhado, às vezes confundido com um tom escuro de ruivo.Os olhos, também  castanhos, são profundos, apesar de não muito chamativos, as sobrancelhas definidas e sempre bem feitas. O nariz é pequeno e bonito salpicado com algumas sardinhas discretas sobre a pele branca e macia.
Frequenta a Igreja junto a Holly, logo é comum vê-la com roupas comportadas e discretas, mas ainda assim bonitas.Vestidos delicados são a preferência de Angel, e como toda a adolescente, não é raro vê-la com um conjunto básico de jeans e tênis.
 

{Personalidade}

Angelinne tem uma personalidade muito diferente da menina pequena e delicada que ela aparenta ser.Talvez, em um algum ponto do passado que abandonara  fosse mais parecida com isso, fosse dócil , contudo existem algumas coisas que mudam profundamente as pessoas, como a inveja, a rejeição, a ambição.
 Não, se você que está lendo acha que ela virou uma espécie de monstro, cega por sentimentos ruins que a tomaram conta, acalma-se. Angel é , no fundo, uma pessoa boa, talvez um dia possa mudar, no entanto não é isso que a interessa no momento.
 Capaz de fazer quase qualquer coisa para conseguir o que quer e faria de tudo pelas suas inseparáveis amigas: Holly, Faith e Heaven.
Por trás do rostinho angelical - que seu nome parece traduzir muito bem - Angel tem algo de podre talvez, um segredo que guarda consigo escondendo dos olhos reprovadores de uma sociedade conversadora.

{História}

Andava a passadas rápidas pelo longo corredores desviando de alguns grupinhos que conversavam em frente ao armários de metal. Abraçava seus cadernos junto ao peito, olhando para o grupinho das quatro meninas: Audrey, Abbigail, Rebecca e Georgina.
Elas estavam sempre juntas, pareciam ter personalidades muito diferentes, mas possuíam uma ligação bastante forte. Angie não entendia muito bem aquilo, não que a intrigasse tanto. Tinha uma certa admiração era por Rebecca, pelo modo como ela agia sem se importar para o que as pessoas pensavam ou diziam dela. Queria poder um dia ser como ela, ter aquela liberdade que a garota parecia usufruir tão facilmente. Ergueu timidamente os olhos para as meninas em um discreto sorriso simpático, que mais uma vez passara despercebido.
Era nova na escola e nova na cidade, entendia a decisão dos pais de lhe deixaram com os avós – ambos eram muito ocupados com seus trabalhos em uma grande cidade e , portanto, não tinham tempo para cuidar ou controlar uma adolescente – mas aquilo não queria dizer que concordasse com aquilo.
Entrou na sala que haviam lhe indicado em um pequeno pedaço de papel com os horários da semana, dirigiu-se a uma cadeira vaga ao fundo do local. Ali dentro não era muito grande, haviam grandes janelas de vidro cobertas por uma cortina em um tom claro de creme, as carteiras impecavelmente limpas – mais tarde ela descobriria que era apenas efeito dos primeiros dias de aula – um ambiente agradável não fosse pelo fato de ser um sala de aula.
Sentia alguns olhares curiosos sobre ela, ignorava colocando o papel que recebera na agenda dentro da mochila e ao erguer os olhos para alguma sombra a sua frente deparara-se com Rebecca, o par de olhos azuis a encarando. Lançou um sorriso, novamente tímido, sem saber bem o que estava acontecendo, até ouvir as palavras nada gentis exigindo que ela mudasse de lugar.
Piscou algumas vezes olhando para a loira, murmurando um baixo pedido de desculpas, um dos últimos que ouviria-se de Angelinne , deslocando-se algumas cadeiras à frente, sentindo todos os olhares da sala sobre ela, o rosto adquirindo uma coloração avermelhada instantaneamente. Sentia que iria odiar aquela escola.
Suspirou, afundando-se na cadeira, cruzando os braços a frente do peito, olhando para o caderno em sua mesa.  Angelinne ficara um tanto decepcionada e até magoada com a atitude da garota, não sabia do que Rebecca passava, evidentemente, e tampouco lhe iria justificar as atitudes que pareciam evitar qualquer tipo de aproximação ao longo do dia.
 Ouviria naquela manhã ao menos mais três ofensivas de Rebecca, pedindo que a “novata” saísse do caminho, fosse mais rápida e menos sonsa. Aquilo a incomodava profundamente, por vezes tinha vontade de ser capaz de dar uma boa surra na outra, mas sabia que devido as diferenças físicas latentes entre as duas, ela certamente levaria uma surra.
Eufaula era uma cidade de uma população que poderia-se dizer até mesmo atrasada e a maioria das pessoas costumava ir com frequência à Igreja, e os avós de Angelinne eram parte dessas estatísticas.
E é claro que a garota fora arrastada junto, afinal tinham que introduzir a neta aos costumes locais. Com um vestido em um azul bebê que lhe chegava quase até os joelhos e marcava-lhe a cintura, dando-lhe um ar de boneca e uma sapatilha preta ela entrava na nave do local.
Os bancos de madeira dispostos dos dois lados do corredor estavam realmente lotados, o pastor ainda não havia chego e o silêncio pairava no ar, era quase reconfortante. Algumas pessoas rezavam, outros apenas olhavam os vitrais que mostravam cenas bíblicas, o sol batendo ali trazendo uma iluminação com feixes coloridos, realmente bonita.
Sentou-se entre algumas pessoas em um banco central quase vazio, ajeitou uma mecha do cabelo solto torcendo para que a missa fosse rápida. Observava distraída o pastor Tudor iniciar seus sermões e pregações, o corpo ali e a mente vagando longe.
Não sentia-se digna de estar em um ambiente como o da Igreja em que todos se diziam bondosos e puros, e ela sabia que aquilo não se encaixava para ela. Como dito anteriormente, Angelinne tinha algo de podre, carregava um pecado em suas costas e o pior de tudo é que não se arrependia dele.
Em uma gaveta chaveada no fundo do seu closet,entre os muitos vestidos e sapatos que ganhava de seus pais, havia  sua gaveta secreta, onde algumas garotas prefeririam guardar seus diários, Angelinne guardava lingeries. Das mais diversas, de várias cores e rendas: cintas ligas, espartilhos, baby dolls , meias. E ela amava cada uma das peças.
E bem, Angel não comprava apenas por comprar, ela tinha motivos para usá-las-, ou costumava ter antes de mudar-se para aquele fim de mundo. Não , ela não é nenhuma garota de programa e tampouco a vadia de escola que costuma tranzar com metade do time de futebol. Angelinne sabia quem escolher e sabia como manter aquele segredo, afinal ninguém desconfiaria de seu rostinho angelical.
Soltou um suspiro discreto, agradecendo pelo fim da missa e após ter sido apresentada pelos avós ao pastor conheceu Holly, a filha do mesmo.
Loira e tão delicada quanto ela parecia simpática e dava uma luz de esperança à Angelinne. Como frequentadora de Igreja diminuíam ainda mais as chances de alguém falar algo de ruim dela e via em Holly uma amizade, não seria mais a novata sonsa da escola, como Rebecca proporá.
Sorriu para a loira, não o sorriso tímido do primeiro dia na escola, mas um sorriso. Conheceria em seguida, alguns minutos depois Faith e Heaven e ali iniciaria-se uma grande amizade entre elas.
Sim, elas eram movidas por ideais em comuns, por uma certa repulsa ao grupinho citado no início da nossa história, repulsa esta causada por motivos particulares em cada uma. Elas não eram boas em sua totalidade, mas a amizade entre elas era realmente verdadeira e não mais uma  fachada das garotas.