Wrong way... again.

Faziam algumas horas que tinha deixado a faculdade. Ainda acompanhou o caminhar de Julliet que seguia para as aulas, mas aquela ultima parte da conversa ficara tão estranha que ele preferia pegar o caminho oposto. A mochila nas costas era jogada dentro do Dodge Charger e ele entrava saindo dali. Cantava pneus próximo às beatas que seguiam em direção a igreja sem dar muita importância para a excomungação que deveria estar sofrendo naquele momento. Tinha coisas mais importantes para pensar. Como seu casamento. C-A-S-A-M-E-N-T-O. E porque esta droga de palavra tinha resolvido pesar tanto em sua cabeça?! A resposta era fácil Ethan. Era morena com a boca mais deliciosa que você já tinha provado e tinha o dom de acabar com suas linhas de raciocínio nos últimos tempos. Se recusava a pensar nela. Havia dado um ponto final, como tantos outros é verdade, mas desta vez. DESTA VEZ ele iria levar adiante.

E por conta disto não conseguiu ficar em casa. Mesmo com a ausência de seu irmão, pra lhe fazer perguntas de porque ele não estava na faculdade aquela hora. Mesmo com a casa inteirinha para ele. Não conseguia sequer dormir sem que a imagem de Lizzie viesse lhe assombrar os pensamentos.. ou pior. Sem que a imagem de Julliet viesse logo em seguida.. levou tomou um bom banho e trocou a roupa. Iria dar uma volta pela cidade. Estava mesmo precisado de alguns livros de Mecatrônica. Ia passar na livraria e tentar focar sua cabeça em pesquisas. Até dar o horário para buscar Julliet e irem jantar. E aquele noite, ele queria fazer ser algo especial.

Estacionou em frente à Capitol Hill e entrou sorrindo para a atendente, cumprimentando rapidamente enquanto ja se enfiava em meio às estantes. Passava as mãos pela barba por fazer enquanto parava diante dos inúmeros livros procurando entre as prateleiras.

- Mecatrônica.. – O dedo deslizando pelos dorsos calmamente.

O ambiente da livraria ajudava a distrair os pensamentos. E naquela tarde era tudo que precisava. Distrair a cabeça e focar nas decisões que havia tomado. Era muito mais fácil continuar seguindo como toda cidade esperava. Mas e o que ele esperava? Chega Ethan!Não está funcionando. Estava indo para a livraria para esquecer, desopilar.

Entrava na livraria e por Deus, tudo que vira eram livros e poucas pessoas que ja saiam. Movimento fraco aquela tarde. Talvez porque chegando ao fim do semestre acadêmico, ninguém queria mais saber de livros. Confessa Ethan, nem você queria saber de livros, talvez por isso deslizasse os dedos despreocupadamente procurando pelos títulos até sentir aquele cheiro. Não. Seu nariz estava lhe pregando uma peça. Das mais cretinas. Parou os passos, fechando os olhos, contando mentalmente até 10 para então aspirar de novo… o cheiro dela.

- Merda.. – murmurava encostando a testa na estante dos livros…deu-se ainda alguns segundos antes de virar-se e dar de frente com a figura morena de pernas cruzadas. Atras do livro “Orgulho e preconceito” Ele sorriu para si mesmo. Dá a volta Ethan, ainda tem tempo. Mas as pernas não obedeciam aquele meio ordem que o cérebro tentava dar, e ainda estava ali, parado a meio caminho dela e da saída, com um livro qualquer nas mãos. Devia ter ido embora. Mas dane-se. Devia ter feito o papel da Arvore na peça do primário também, mas foi o príncipe. Então caminhava até a mesa onde ela estava.

- "Em vão tenho lutado comigo mesmo; nada consegui. Meus sentimentos não podem ser reprimidos e preciso que me permita.. – ele a contornava.. deixava a voz murmurar rouca e gostosa… enquanto se aproximava - dizer-lhe que eu a admiro e amo ardentemente." – Ele recitava uma frase do livro antes de sentar-se na mesa diante dela. – Boa leitura.. – ele baixava os olhos por alguns instantes antes de ergue-los pra você novamente Elizabeth.. e tinha tanta chama naquele olhar castanho esverdeado.

O que você está fazendo sentado na mesa dela Ethan seu burro!?! Se você mesmo tinha dito que era a ultima vez que estariam juntos, próximos ou qualquer coisa do tipo.

É. E tudo que tinha planejado começava a desmoronar. Como o fato de não vê-la mais ate o casamento. Ou até conseguir um emprego longe e levar Julliet dali. Mas as coisas não iam bem conforme o programado e quer saber? A culpa era dele. Que podia ter dado meia volta sem olhar pra ela e saído da livraria. Mas ao invés disso ali estava ele. Sentado na mesma mesa que ela. Os olhos castanho esverdeados sobre os dela.

Falava a frase do livro, quase numa confissão e elogiava a leitura. Os olhos sobre ela, enquanto fazia aquele gênero, de quem não dava a mínima pela presença dele. Enquanto ele permanecia ali. Sem desviar os olhos. Por mais que quisesse.. e que soubesse que precisava. Havia uma especie de imã que puxava os olhos dele para sua boca Lizzie.

Até ela enfim se livrar do livro e descruzar as pernas lhe dando atenção. E queria saber se ele a estava procurando?! Sempre. Mas não era essa a resposta que ele daria. Respirou fundo porque aquele tipinho irritado, quero que você se dane Ethan só acendia ele inteiro. E a promessa que tinha feito a si mesmo Ethan?! Dane-se a promessa…

- Eu… - quero beijar você.. não. Também não dizia isso, mesmo que estivesse grafado em sua iris. – preciso.. – de você.. não.. isso também não era dito. Mas o respirar denso, e o soltar do ar preso nos pulmões eram muito mais claros que as palavras. – de.. ajuda.. pra encontrar um livro de mecatrônica.. – hm!?!? Desde quando precisava de auxilio para achar livros?! - Pode me ajudar? – perguntava ja se levantando. E a prateleira de livros de engenharia ficavam lá no fim da livraria, ao fundo. Na área mais isolada e menos visitada.. Se queria falar com você direito, não havia melhor espaço naquele lugar.

A boca entreaberta que deslizava tocando a pele. Fechava os olhos quando sentia as unhas dela deslizarem pelas costas amassando a camisa polo, naquele carinho que ela sabia enlouquecia ele inteiro. Mas respirava fundo.  Como se o mesmo turbilhão que lhe puxava para o olho do furacão que era estar nos braços dela, lhe atirasse para longe para traze-lo de volta a vida real. Estavam na livraria. De uma cidadezinha.. Jamais imaginou que chegaria a esse ponto Lizzie que questionaria o sentimento por Julliet quando o por você parecia tão maior e tão mais sublime.

Mas ainda manteve a boca ali encaixada quando ela começava a falar. A boca roçando a dela..até que sentia a mão da morena deslizar para o peito e você podia sentir Lizzie, o contrair o mover do peito sob seus dedos.. mas ele afastava o rosto.. buscava seus olhos e você fugia dele.. respirava fundo, deixando as mãos deslizarem do seu corpo mais uma vez.. a todo custo, obrigadas a soltar a pele, as curvas. E pressionarem a estante dos livros.. ele recostava os lábios nos cabelos dela levemente.

- Tá. Amanhã.. Amanhã a noite eu.. – agora era a vez dele baixar os olhos antes de voltar a ergue-los buscando os seus mais uma vez.  A casa dela?! Quase sorriu quando ela marcava o lugar. E não imaginou que pudesse sentir tanta falta daquelas paredes e daqueles lençóis. – Eu passo lá e a gente conversa.. – é.. só conversa. Ele tinha certeza de que seria uma conversa definitiva. Deu um ou dois passos para trás obrigando o corpo a manter uma distancia do dela. enquanto ela explicava o porque não aquela noite.. e acabava sendo uma ajuda.. porque ele não teria como cancelar com Julliet mais uma vez. Ela falava do pai e já se despedia. Ele mal tinha tempo de perguntar como estava o Sr. Brooke. Ela já se despedia saindo das estantes.

- Se precisar de algo.. – ele dizia, já que ela estava ajudando o pai.. se precisasse dele pra qualquer coisa.. – pode me ligar.. – avisava, contendo a vontade de puxa-la de volta pelo braço e colar a boca na dela de uma vez por todas.. enfiava as mãos nos bolsos para evitar que acabasse cedendo a vontade.