[FP] Chamberlain, Haley.

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{Seu Corpo}

-Haley sempre foi uma menina linda. Quando criança, os olhos cor de chocolate derretido eram sempre alegres e brincalhões, observando espertamente tudo ao redor da menina. Passaram-se os anos e o brilho divertido ainda reside naqueles olhos, ainda que agora dividindo espaço com um tom naturalmente intenso e sedutor que a menina, agora mulher, conservava inconscientemente no olhar. Os cabelos castanhos mantidos longos são quase uma marca registrada de Haley, que nunca realizou grandes mudanças nas madeixas escuras. A pele da garota tornou-se ainda mais bronzeada depois de um ano morando na Austrália, e hoje conta com uma cor invejável. Dona de um sorriso aterrador sempre acompanhado de um ar sarcástico, Haley ainda apresenta um corpo curvilíneo que é objeto de desejo de muitos e alvo da inveja de outras tantas. Não que ela realmente se importe...

{Personalidade}

"Inconseqüente, impulsiva, disposta a desonrar o nome da família", é o que diriam seus pais, e se isso é o que eles responderiam, você devia ver o que o resto da cidade tem a dizer sobre Haley Chamberlain. A questão é que... ela simplesmente não dá a mínima pra isso. "Prefiro ser louca a ser hipócrita.", era o que costumava responder durante várias das discussões com os pais. E era a mais pura verdade... Haley não é uma santa. Mas também não chega ao demônio da perversão e dos maus hábitos que a fazem parecer. Costuma brincar que "paciência" é seu nome do meio, e "sem" é o primeiro. O que não deixa de ser uma verdade! Estourada e impulsiva ao último grau, Haley simplesmente não suporta a idéia de fingir ser o que não é, ou aceitar algo quando lhe parece errado. Carinhosa e com um coração gigante e mais derretido do que pensam, a imagem de 'menina má' se desfaz diante dos olhos de quem realmente a conhece de perto. Muito bem humorada e com um imã natural para os problemas, a menina é adepta do "faça duas vezes antes de pensar". Vive intensamente, porque acredita realmente que o pior que se pode ter na vida é arrependimento do que não se fez.

{História}

Conhece aquela frase "Eu não canto mal, você que tem ouvidos ruins"? Na cabeça de Haley Chamberlain, sua vida era mais ou menos isso: "Não sou uma garota má, vocês que têm uma sociedade hipócrita e ruim." Na realidade, não se lembra muito bem de quando aquilo tudo começou. A má fama, digo. Quando criança pequena, era até bastante comportada. Um tanto irreverente por ser muito inteligente para sua idade, a filha de Christopher e Michelle Norrington era uma boa menina. A personalidade era um tanto forte, sim, mas nunca dera grandes problemas. Quando tinha 5 anos, a pequena Haley recebeu a notícia de que ganharia um irmãozinho. Nathan nasceu e a menina o observava com curiosidade e certa desconfiança: "ele não faz nada, mamãe. Mama e dorme o dia todo!", reclamava, incomodada com a aparente apatia do bebê. Queria um irmão para brincar, não para ficar o dia inteiro no berço! Foi algum tempo depois dessa época que aconteceu o primeiro... incidente. Haley tinha 12 anos, e tinha acabado de começar a sétima série. A causa do incidente? Sarah Jean, a menina mais irritante que Haley conhecia na vida. Seus pais eram amigos dos de Hales há anos, viviam juntos na Igreja. Mas Sarah Jean (que raio de nome era esse, pra começo de conversa!?) e Haley nunca foram amigas. Odiavam-se. Os cabelos loiros sempre presos em duas tranças infantilóides e a mania de Sarah Jean de estourar bolas de chiclete a aula inteira tiravam Haley do sério, e quando a loira retardada resolveu convidar o namoradinho de Hales para sua festa de aniversário... Bem, Haley não se conteve. Era aula de matemática, e o colégio inteiro ouviu o berro agudo de Sarah Jean ao notar que suas marcantes tranças douradas já não mais existiam. Ou melhor, existiam. Estavam bem nas mãos de Haley, que as cortara. Os Chamberlain foram chamados no colégio e além da suspensão na escola, Haley teve que aturar uma série de sermões dos pais, e mais uma dezena de castigos. Mesmo argumentando que Sarah Jean estava pedindo por isso ("eu pedi pra ela tirar aquelas tranças idiotas da minha carteira quatro vezes, pai!"), não houve o que pudesse fazer. O assunto das carolas na Igreja era agora a falta de limites de Haley e o pulso fraco dos Chamberlain para conter a menina. E bom, dali para frente, a coisa realmente desandou. Entrando na adolescência, Haley concluiu que não viveria tentando agradar aos outros. Não era hipócrita, como o resto da sua cidade... Recusava-se de ir à Igreja com os pais todos os domingos, e isso era motivo de escândalo em Eufaula! Aos 15, fugiu de casa para ir a uma festa numa cidade próxima e tudo seria perfeito se uma vizinha fofoqueira não tivesse visto a garota entrando em casa pela janela. Mais um mês de castigos, e Haley não via a hora de fazer 18 anos e poder sair daquela cidade! Os Chamberlain não aprovavam os amigos da garota, e muito menos seus namorados. Não que ela fizesse isso para irritar os pais, como eles alegavam ridiculamente. Por Deus, ela não perderia tempo com isso! Só não se interessava pelos mauricinhos de seu colégio, que viviam fazendo merda pela cidade mas que na frente dos pais posavam de nerds e santos. Aliás, isso era o mais freqüente em Eufaula: os jovens eram, no geral, todos como ela. Só não tinham coragem de admitir o que faziam, e bem, os poucos que não se escondiam por trás de máscaras de bons moços e moças... Esses eram os amigos de Hales. Aos 16 anos foi pega se agarrando com Jay, seu namorado, dentro da paróquia, no meio da missa. Daí pra frente sua fama foi de mal a pior, e o que a irritava era a postura de desaprovação de algumas patricinhas do colégio que ela sabia muito bem que abriam as pernas por muito menos! Se os Chamberlain já julgavam a filha como um caso perdido, é fácil imaginar como eles reagiram quando a garota foi 'convidada a se retirar' da escola por "incitar uma rebelião contra a moral da cidade", era o que estava escrito no documento justificando a expulsão. O que significava na prática? Bem, Haley organizou um abaixo-assinado pela mudança do uniforme da escola. Só queria tornar o uniforme mais bonito e moderno, não indecente, por Deus! Mas foi isso que a coordenação da escola fez parecer, recusando-se sequer a analisar o abaixo-assinado. Espumando de raiva, Haley e algumas amigas foram para a escola usando, sob o uniforme, saias curtíssimas e tops decotados. Durante o intervalo, revelaram os modelitos e, bem... A confusão estava armada. Elas discutiam com os fiscais de corredor que as tentavam conter, e os garotos iam à loucura com as meninas. Era um protesto digno, Haley alegava! Dizia à diretora da escola que ela deveria agradecer pela menina não ter resolvido protestar de topless, como as mulheres faziam na Europa! Mas os argumentos foram em vão, e Haley não teve alternativa senão ouvir aos sermões dos pais. Estes, por sua vez, já não tinham idéia do que fazer com a filha, e concluíram que o melhor a fazer para 'conservar o nome da família', era mandar a filha concluir o terceiro ano fora do país. Michelle, mãe de Hales, tinha uma irmã mais nova morando na Austrália, e foi lá que os Chamberlain encontraram uma instituição que pareceu-lhes 'séria e rígida' (o que para Haley soava como 'Estúpida e Medieval') para terminar a educação da filha. O ano teria sido odioso, se Tia Meg não fosse absurdamente legal! Haley se apaixonou por Melbourne, mesmo odiando St. Mary, sua escola/presídio, e quando terminou concluiu o Ensino Médio, comunicou aos pais que não voltaria para casa. Tinha 18 anos, afinal, e ficar longe de Eufaula tinha sido uma bênção e não um castigo, como imaginava que os pais pretendiam ao mandá-la para o outro lado do mundo! Foi mais ou menos nessa época que conheceu Lucas Norrington. Ele era barman numa das boates preferidas de Haley, e os depois de alguns atritos iniciais devido às diferenças gritantes entre eles, tornaram-se bons amigos. Por ter praticamente rompido sua relação com a família, Haley precisava se sustentar, e foi Luke quem conseguiu para ela a oportunidade de trabalhar como DJ na boate por uma noite. O sucesso foi tanto, que Haley ganhou as quintas e as sextas no lugar, e suas noites eram as mais lotadas do lugar! Agora que já conseguia guardar algum dinheiro, Hales decidiu sair da casa de Meg para aliviar as despesas da tia, e Lucas mais uma vez apareceu para salvá-la: os dois passaram a dividir o aluguel do pequeno mas adorável apartamento em que o garoto morava. Lucas era o melhor amigo que Haley poderia querer... Ele tinha aquele jeito quieto, mas a garota sabia que as opiniões do amigo eram tão fortes quanto as suas, e ele também não se mantia calado quando se via certo em alguma situação. Sem contar que era muito bom ter alguém que tomava conta dela... Não do modo "pai chato", mas da forma "amigo protetor". Lucas já curara muitas de suas ressacas, e Haley até cuidara dele uma ou duas vezes quando ele passou dos limites na bebida. Nunca se enxergaram como algo além de amigos, mas jovens e álcool muitas vezes formam uma equação perigosa e numa noite, de forma impensada, os hormônios falaram mais alto, e Hales perdeu a virgindade na cama de seu melhor amigo. Oh, sim! Momento surpresa: diferentemente do que 99,8% da população de Eufaula pensava, Haley era virgem. Acreditava que isso era algo importante demais para dividir com os namorados bonitinhos mas muitas vezes idiotas que já tivera na vida. E, por mais que soubesse que ela e Lucas eram amigos, e deviam continuar apenas assim, não tinha arrependimento algum de ter tido sua primeira vez com um cara que amava. Mesmo que não no sentido completamente romântico da palavra. Haley já morava na Austrália há mais de dois anos, e por mais que não sentisse falta de sua cidade, sentia uma saudade irracional de Nathan, seu capetinha e irmão mais novo. Também dos pais, por mais que relutasse em admitir. E de seus amigos insanos. Lucas não demorou a perceber que a amiga andava mais quieta que o normal, e também foi rápido em diagnosticar o problema. "Saudade de casa, Hales?", perguntou um dia enquanto eles assistiam a um episódio de FRIENDS. O primeiro impulso de Haley foi discordar, mas sabia que era difícil mentir para aquele australiano irritantemente observador. "Do Nate. Dos meus amigos.", ela respondeu. Não tinha saudade de casa, de Eufaula. "Dos... dos meus pais.", completou. Afinal, eram 2 anos sem vê-los. Lucas sorriu, afagando a mão dela em resposta. Ele se levantou sem falar nada e foi para o quarto, retornando alguns segundos depois "Bom, eu ia deixar pra te contar isso depois, mas... Eu vi como você tava com saudade e pedi transferência da faculdade. Acho que vai ser bom...", ele deu de ombros, um sorriso pequenininho nos lábios. "Luke..." Haley o olhou incrédula para a aprovação de transferência que ele conseguira na faculdade "Você tá dizendo que...", começou, mas Lucas a interrompeu, rindo baixo. "Que nós vamos pra Eufaula, H. Eu não ia deixar você sozinha nessa..." Um mês depois e os dois amigos estavam pisando em Eufaula. Haley percebeu que realmente sentia falta da família, e os pais garota a convenceram de começar a faculdade de Comunicação que sempre quis logo quando o semestre começasse. A única exigência de Haley foi de que o pai a deixasse morar sozinha, num dos imóveis da família. Ou não tão sozinha... Lucas iria junto, claro.